Ações da Embraer disparam após ficar de fora do tarifaço

No dia 30 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto impondo tarifas de até 50% sobre uma série de produtos importados do Brasil. O suco de laranja, celulose, energia, aeronaves civis, fabricadas pela Embraer, estão entre as exceções, às tarifas.

A Embraer exporta 45% de seus jatos comerciais para os Estados Unidos. A United Express é uma das grandes operadoras norte-americanas dos E-Jets. Foto: https://www.jetphotos.com/

Por que as ações da Embraer dispararam?

A Embraer exporta 45% de seus jatos comerciais e 70% de seus jatos executivos para os Estados Unidos – o que a tornava fortemente vulnerável ao tarifaço. Com a exclusão das aeronaves da tarifa, o risco de impactos financeiros graves, estimados em até US$ 9 milhões por aeronave (e até R$ 20 bilhões, até 2030), foi eliminado. Isso gerou um rali instantâneo na Bolsa: as ações da Embraer começaram a subir, entraram em leilão por oscilação máxima e finalmente fecharam o pregão com alta de cerca de 10,9% a R$ 76,25.

Os Estados Unidos importam também uma grande quantidade de jatos executivos da Embraer: cerca de 70% destes aviões operam no mercado norte americano. Foto: https://www.jetphotos.com/

Impactos iniciais

Analistas do Banco Citi citam a Embraer como a principal beneficiada pelo decreto, especialmente por não haver concorrentes para o modelo E175 no mercado regional americano. O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, chegou a comparar o impacto potencial do tarifaço com os efeitos da pandemia, destacando a gravidade da ameaça. A estimativa interna da companhia até levantava custo extra de até US$ 9 milhões por avião, com risco total de até R$ 20 bilhões até 2030 se não fosse a isenção.