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Aviação Comercial

Assento “Butterfly” põe fim no aperto da classe econômica

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Poltronas conversíveis prometem agradar passageiros e ampliar o lucro das empresas a partir de 2017



Um novo conceito de poltronas conversíveis, concebido por James Lee, chefe da Paperclip Design, uma empresa de Hong Kong especializada em design de interiores de aeronaves, promete uma solução para agradar a passageiros e, ao mesmo tempo, ampliar a oportunidade de lucro de empresas aéreas.

Chamado de “Butterfly” (borboleta, em inglês), o novo assento dá flexibilidade às companhias aéreas para modificar a configuração das cabines de seus aviões conforme a demanda de cada voo. O design acaba de receber dois grandes prêmios da aviação: o Crystal Cabin Awards e o Prêmio de Inovação para Passageiros 2014, da Iata, a principal associação internacional de companhias aéreas.

Pensado especificamente para acomodar passageiros viajando em classe econômica premium ou em executiva, o Butterfly permite facilmente alterar a configuração da cabine de uma disposição de 2-4-2 assentos para uma de 1-2-1. Ou seja, não seria impossível aproveitar a solução para toda a classe econômica.

Além disso, o passageiro terá, a sua disposição, uma mesa larga para acomodar bebidas, nichos para guardar pequenos objetos e um apoio de pés em forma de pufe ajustável. O encosto dos assentos do meio ou da janela podem ser rebatidos, transformando a dupla de poltronas em uma mini-suíte com um sofá lateral na configuração de classe executiva.

O sofá, além de ampliar o espaço disponível para o passageiro, pode acomodar um segundo viajante para as refeições ou permitir que crianças durmam ao lado de seus pais durante o voo. Por fim, o próprio assento do passageiro, no corredor, pode ser rebatido, formando uma cama diagonal junto ao sofá, com 196 cm de comprimento por 110 cm de largura —uma das maiores camas disponível nos ares, com espaço para o viajante dormir em qualquer posição.

Além de poder modificar de forma rápida o mix de assentos disponíveis em cada voo, o sistema Butterfly permitiria às companhias aéreas oferecer upgrades aos passageiros —com milhas ou com dinheiro— de forma simplificada.

A proposta ganhou o prêmio de inovação para passageiros da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), entidade que representa 240 companhias de aviação comercial no mundo. “Uma configuração flexível de assentos ajuda as empresas aéreas a combater as incertezas. A demanda nunca é constante e difere sazonalmente, entre os dias da semana, em mercados diferentes e durante os diversos ciclos econômicos”, explica James Lee.

“Pesquisas acadêmicas sobre assentos conversíveis no mercado de voos de curta duração europeu mostraram um ganho de 3,3% na receita, algo extremamente significativo em uma indústria com lucro líquido global entre zero e 4%”, afirma o designer.

Mas apesar da recepção calorosa ao Butterfly, o projeto, por ora, ainda depende de parcerias para sair do papel. Segundo projeções da própria Paperclip Design, somente a partir de 2017.