Mitsubishi lança primeiro jato comercial japonês em meio século

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Prédio onde trabalharam projetistas do caça Zero, na Segunda Guerra, abriga produção do primeiro modelo comercial desde 1962
Pedro Rosas
Portal do Aviador

Após meses de atrasos e meio século de espera, a Mitsubishi Aircraft Corporation finalmente exibirá sua primeira aeronave, a Mitsubishi Regional Jet. O lançamento será realizado em Nagoya, na presença de ministros e parceiros comerciais, sinalizando a enorme importância que o projeto vem ganhando no Japão.

“Muita gente perguntou: quando seu avião vai ficar pronto?”, lembrou o presidente da empresa, Teruaki Kawai. O programa de testes da aeronave, oferecida em versões com 76 ou 88 assentos, para voos de curta distância, está previsto para o segundo trimestre de 2015, com entregas para 2017. Até agora, porém, diante da forte concorrência internacional, o projeto acabou gerando modestas 375 encomendas e opções de compra.


Em entrevista ao The Wall Street Journal, Kawai acrescenta que a Mitsubishi pretende conquistar 50% do mercado global nos próximos 20 anos. Rob Morris, diretor da consultoria Ascend Flightglobal Consultancy, de Londres, estima que, apesar dos contratempos iniciais, a Mitsubishi poderá responder por 22% (ou US$ 28 bilhões) dos quase 4.000 jatos regionais no mundo até 2033. Isso colocaria a fabricante japonesa atrás apenas da Embraer.

Espaço extra e redução de combustível

Aguardado como o “jato regional mais confortável do mundo”, o Mitsubishi Regional Jet ainda promete uma redução significativa de poluentes, graças, em parte, à nova linha de motores Pratt & Whitney, 20% mais econômicos que seus congêneres. Seu design, com o compartimento de bagagem na traseira da fuselagem, e não mais embaixo dos assentos, também sinaliza um espaço interno ampliado.


As aeronaves Mitsubishi custarão entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões. Entre os pedidos firmes, estão a japonesa All Nippon Airways e a americana SkyWest, assim como a Air Mandalay, de Mianmar. A americana Eastern Air Lines Group também fechou pedidos e, em agosto deste ano, a Japan Airlines assinou uma carta de intenções para até 32 jatos.
A demora nos pedidos “é natural”, ressaltou Kawai, já que “o modelo ainda nem voou”. A última aeronave comercial japonesa, o turboélice YS-11, decolou pela primeira vez em 1962. A Mitsubishi Aircraft investiu quase US$ 1,8 bilhão para desenvolver o novo avião. Entre os acionistas,estão a Toyota Motor e o Banco de Desenvolvimento do Japão. O governo ajudou nas pesquisas e testes, mas não forneceu suporte financeiro, revelou Kawai.
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