
Ao chegarmos ao hangar da Wings, que tem suas instalações na antiga sala do CPT em Tatuí, fomos muito bem recebidos pelos senhores Jürgen e Sergio, sócios e fundadores da Wings, que na ocasião nos mostrou como funciona a linha de montagem das aeronaves, como vem os kits, peças, enfim tudo que é necessário para fabricar as aeronaves, o que poderá ser matéria em edições posteriores.
Após um brifing com o Eduardo (Fotografo) definimos as passagens que ficariam melhores para a exposição das fotos, e fomos para o hangar iniciar a seção de fotos no solo e ficamos atônitos com a beleza e o acabamento da aeronave que de imediato se destaca dos demais por seu esquema de pintura que foi desenhada pela Foster Design e sua aerodinâmica em forma de bala e gota e sua calda em Y.
O Eduardo inicia com as fotos enquanto o Jürgen me destaca alguns detalhes como o deslocamento da triquilha do centro para o lado do piloto, que devido o uso do motor Jabiru de seis cilindros que ocupa quase todo o espaço da carenagem se fez necessário este deslocamento no qual em nada interfere na manobralidade do avião. Na carenagem observa entradas de ar diferentes dos americanos no qual o Jürgen explica que devido as diferenças climáticas foi necessário um sistema de refrigeração para a linha de combustível,que devido as altas temperaturas formava-se bolhas de ar na linha de combustível prejudicando o bom funcionamento do motor,onde bastou apenas um fluxo de ar direcionado a um gás-cooled para normalizar a temperatura ideal do combustível.As demais entradas ( Duas nas laterais)são do sistema de refrigeração da cabine que é muito eficiente em vôo.
Muito já se ouviu falar da calda em V dos Bonanza com algumas criticas quanto ao pouso em baixa velocidade onde se torna ineficiente ao comando, detalhe que a Sonex levou em consideração ao desenvolver no Waiex uma calda em Y, onde abaixo do V há um pequeno leme de grande eficiência em manobras e em baixas velocidades. A aeronave que é totalmente metálica de pequena envergadura e corda generosa está equipada com um motor Jabiru 3300 seis cilindros e 120 Hps e uma hélice Sensenich bipá de madeira de grande passo 54’’ X 60”polegadas que ao acelerar sente-se a grande eficiência do conjunto GMP da maquininha. O painel é completo e conta com uma tela multifuncional da Stratomaster que mostra todos os parâmetros de vôo e motor.Os comandos são duplos com manches tipo SideStic com exceção do comando do freio e flaps que é por alavancas do lado do piloto.Bancos super anatômicos e confortáveis com um bom apoio para as pernas na região do femo o que e essencial para vôos longos e há espaço de sobra para as pernas dos pilotos mais altos,que no meu caso com 1,85 m foi mais do que confortável.O ingresso ao cocpit é um pouco dificultoso no principio,devido ter acesso somente por um lado,mas rapidamente se adapta a entrada.
Após uma boa bateria de fotos em solo nos preparamos para o vôo no cacinha da Wings de carona com o Sergio que é sócio e o piloto de testes da empresa. Com já disse o ingresso no lado do passageiro é um pouco dificultoso para pilotos de primeira viagem,mas nada que seja impossível.Ao sentar-se no banco pode observar uma ampla área de visibilidade proporcionada pelo canopy transparente.Apertamos os cintos que é de quatro pontos o que nos inspira mais segurança,fechamos e travamos o canopy e aguardamos o Sergio da a partida no motor com um pouco de ansiedade por ser nosso primeiro trabalho deste tipo para a revista e foi avisado pelo Jürgen que o bichinho é bravo,mas me contive,a partida é rápida e o ronco do motor é forte e já que arrastar o avião,fomos para o taxi e pude observar a maciez do sistema de trem de pouso com total ausência de vibrações mesmo em pistas de terra,ao alinharmos na cabeceira,preparamos para decolar e full Power na maquina e observo o motor a mais de 2800 RPM e o Sergio solta os freios e somos socados com força no encosto do banco e continuo a olhar no RPM que sobe rapidamente e a 3200 RPM e em menos de 85 m já saímos do chão a mais de 100 km/h e subindo a mais de 1200 pes/m como uma flecha quase na vertical e após nivelarmos observo a velocidade de mais de 230 km/l e já com motor reduzido e aguardamos a subida do Eduardo em companhia do Miguel da Alfa que devido a problemas térmicos não pode subir a altura desejável,tivemos que voar o tempo todo a baixa altitude mas nada nos impediu de comprovar as performance da maquininha que são surpreendentes para o seu tamanho.Velocidade de cruzeiro de 273 Km/h a 8.000 Pes com uma VNE de 317 Km/h e resistência estrutural de +4.4 e -2.2 Gs na categoria Utility e +6.0 e -3.0 Gs na acrobática que são características de uma aeronave de maior porte. As respostas dos comandos são imediatas nas curvas, subidas e decidas e o Sergio explica que é devido a mine leme esta total obediência nas curvas de alta performance, fizemos todas as passagens para as fotos e o Eduardo nos da ok e foi para o pouso e o seguimos e foi conforme o Sergio disse, o pouso é lento e estável e muito suave sem aqueles socos brutos com a pista, taxiamos e encostamos-nos a frente ao hangar e que após este vôo podemos tirar algumas conclusões sobre a aeronave que em minha opinião é a mais esportiva e da categoria disponível no mercado nacional, sendo adequado para viagens, lazer e até acrobacias, ou seja, é uma aeronave para todos os desejos do proprietário alem de seu apelo visual que não a deixa passar por despercebido onde é que for e estiver.O Waiex hoje custa a partir de R$ 150.000 montado e pintado podendo chegar a R$ 223.000 totalmente equipado e com o motor Jabiru 3300 como este em que voamos.
Junto com o Waiex a Wings também comercializa o Sonex que é de calda convencional e o Xenos que é um motor planador com 14m de envergadura e calda também em Y e todos com desempenhos e características semelhantes como motorização que pode ser Jabiru de 80 e 120 Hps ou Aero Vee de 80 Hps com um ótimo custo beneficio (vide matéria nesta edição) e suas construções que são totalmente metálicas em alumino aeronáutico.
Deixaremos para a conclusão de cada um que voar nesta aeronave a questão de gostei e não gostei usados em muitas revistas de aviação, pois ainda não sou um perito aéreo e um sábio aviador me disse que se conhece se um avião é bom ou ruim após muitos e muitos vôos e que às vezes é bom para mim e ruim para outros ou vice-versa, pois cada um se adapta ao ambiente em que vive neste caso que voa.
Sugerimos a Wings a instalação de um pára-quedas, o que elevaria a aeronave top também no quesito de segurança no caso de uma pane do motor.
Estaremos sempre acompanhando a evolução da Wings e seus produtos e mostrando aos nossos leitores, sempre em 1º mão estas fantásticas maquininhas de voar visto que esta em montagem o Sonex que será equipado com um motor Aero Vee. Aguardem e ótimos vôos.

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