Pilatus PC-12 – a evolução de um puro sangue suíço

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O PC-12 é um monomotor turboélice desenvolvida pela fabricante suíça Pilatus Aircraft. Destaca-se por sua versatilidade, podendo ser usado para transporte executivo, aviação regional, missões aeromédicas, transporte de carga e operações militares. O PT-XTG, acima, foi o primeiro do tipo, registrado no Brasil e por aqui voou entre 1998 e 2004. Atualmente opera no Canadá como C-GRDC. Foto: https://www.jetphotos.com/

 

No início da década de 1980, a Pilatus Aircraft começou a estudar um novo conceito de aeronave monomotora turboélice pressurizada, capaz de combinar eficiência operacional, longo alcance e flexibilidade para operar em pistas curtas e não pavimentadas. O objetivo era criar uma aeronave que pudesse competir com jatos leves e turboélices bimotores, mas com custos operacionais reduzidos. O desenvolvimento foi oficialmente anunciado em 1989, com a primeira aeronave sendo montada na sede da Pilatus, em Stans, Suíça. Seu principal concorrente, à época, era o monomotor francês TBM700.

 

Primeiro Voo e Certificação

O primeiro protótipo do PC-12 realizou seu voo inaugural em 31 de maio de 1991, sob o registro HB-FOA. Durante a fase inicial de testes, a Pilatus decidiu reforçar a estrutura da asa para permitir um maior peso máximo de decolagem. As certificações da Swiss Federal Office for Civil Aviation e Federal Aviation Administration foram obtidas em 1994, permitindo a entrada do modelo em serviço.

 

O PC-XII HB-FOA foi o primeiro protótipo construído e atualmente encontra-se preservado em Stans, Suíça. Observem a ponta de asa, bem diferente dos modelos de série. Foto: https://www.airliners.net/

 

Evolução do modelo e Melhorias

Desde seu lançamento, o PC-12 passou por diversas atualizações tecnológicas e melhorias de desempenho.

PC-12/41 (1994) – Variante de produção inicial, certificada em 1994. Possui um motor Pratt & Whitney Canada PT6A-67B, com peso máximo de decolagem de 4.100 kg (9.039 lb).

PC-12/45 (1996) – Certificado em 1996, com a mesma motorização da série anterior, este, teve seu peso máximo de decolagem aumentado para 4.500 kg (9.921 lb). Qualquer aeronave de produção da versão anterior poderia ser convertida para PC-12/45.

PC-12/47 (2005) – Oferecido a partir de 2005, tendo seu peso máximo de decolagem aumentado para 4.740 kg (10.450 lb). O painel superior e o layout dos interruptores da cabine foram atualizados, assim como o sistemas de aquecimento da cabine.

PC-12/47E (2008) – Certificada em 2008, já com os aviônicos da Honeywell, atualizados e um motor Pratt & Whitney Canada PT6A-67P. Comumente conhecido como PC-12 NG (Next Generation).

PC-12NGx (2019) – Anunciado na NBAA, em outubro de 2019, o NGx passou a operar com o motor PT6E-67XP, equipado com FADEC e autothrottle, velocidade de cruzeiro de 290 kn (537 km/h), janelas 10% maiores, interior redesenhado, criado pela alemã BMW, aumento nos tempos entre manutenções, a integração da nova suíte de aviônicos Primus APEX com funções touchscreen, da Honeywell.

 

Cerca de 80 aeronaves PC-12 estão registrados no RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro – sendo que a grande maioria continua ativa, já algumas, foram reexportadas, como o PR-DOG, um PC-12/47, de 2007, que atualmente voa como N814WA. Foto: Portal do Aviador

 

Outro que já não voa mais no Brasil: PC-12/47E PP-ARO, de 2011 – atual N801QA. Foto: Portal do Aviador

 

Os esquemas de pinturas dos PC-12 são bem variados, como o PT-GAV, um “/47“, de 2006. Foto: Portal do Aviador

 

O PT-VXJ, um PC-12/47E de 2008. Foto: Portal do Aviador

 

O belíssimo PC-12/47E PR-OTK, de 2010, da ProTork. Foto: Portal do Aviador

 

Voando no PC-12/47E PP-OCE, durante a EAB 2014, num voo de demonstração para a imprensa. Foto: Portal do Aviador

 

O acesso das tripulações e passageiros acontece pela porta dianteira. Já na parte traseira, há uma porta com grandes dimensões, que permite que o PC-12 realize missões aeromédicas, transporte de cargas e operações militares. Foto: Portal do Aviador

 

O PR-MGM, um PC-12/47E de 2009 foi o primeiro exemplar brasileiro a ter suas hélices originais com 4 pás substituídas por um conjunto de 5 pás. Foto: Portal do Aviador

 

As hélices com 5 pás passaram a equipar o modelo de série ainda na versão “/47E” ou “NG“. Foto: Portal do Aviador

 

A versão NGx passou a ser oferecida a partir de 2019 e o PS-SFG foi fabricado em 2023. Foto: Portal do Aviador

 

O NGx PS-MAR, de 2023, é um dos mais novos no Brasil. Foto: Portal do Aviador

 

Revolucionário naquela época: PT-XTG – que por aqui voou entre 1998 e 2004. Foto: https://www.jetphotos.com/

 

Suíte de aviônicos Primus APEX com funções touchscreen, da Honeywell, que equipa os atuais PC-12NGx. Foto: Portal do Aviador

 

O ambiente extremamente confortável da cabine do Pilatus PC-12 (acima, um NGx). Foto: Portal do Aviador

 

Dados técnicos – Pilatus PC-12NGx

Velocidade máxima de cruzeiro: 537 km/h
Alcance máximo:
– 3.339 km (4 passageiros, carga útil de 363 kg, reserva IFR NBAA de 185 km, cruzeiro de longo alcance, ISA, FL 300, piloto único, configuração executiva)
– 2.903 km (6 passageiros, carga útil de 545 kg, reserva IFR NBAA de 185 km, cruzeiro de longo alcance, ISA, FL 300, um único piloto, configuração executiva)
Altitude máxima: 9.144 m
Distâncias de decolagem e pouso:
– 758 m – Decolagem, com obstáculo de 15 m (peso máximo de decolagem, ISA, nível do mar, pista asfaltada, seca)
– 661 m – Distância de pouso, com obstáculo de 15 m (peso máximo de pouso, ISA, nível do mar, pista asfaltada, seca)
Razão máxima de subida (peso máximo de decolagem, nível do mar): 9,75 m/s
Tempo de subida do nível do mar até FL220 (subida direta): 19 min
Velocidade de Estol: 124 km/h (configuração de pouso, peso máximo de pouso)
Ainda sobre o Pilatus PC-12NGx
Pilatus PC-12NGx se destaca por sua eficiência ambiental, reduzindo as emissões de poluentes em até 74% em comparação com aeronaves semelhantes. Ele utiliza tecnologia avançada para otimizar o consumo de combustível e minimizar o impacto ambiental durante o voo. O modelo está certificado para operar com até 50% de mistura de SAF – Combustível de Aviação Sustentável. Este combustível ecológico, feito de uma variedade de matérias-primas e resíduos como óleos de cozinha usados e algas, é um substituto direto para o querosene convencional, sem impactos negativos na operação, desempenho ou necessidade de aprovações adicionais pelos operadores.
No Brasil toda a linha Pilatus (PC-12NGx quanto o PC-24) é representada exclusivamente pela Synerjet.

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