
A quarta maior fabricante de aviões comerciais do mundo é brasileira. Mas embora ela seja a maior do País, não está sozinha no mercado nacional. Dezenas de empresas ainda pouco conhecidas tentam trilhar os próprios caminhos. A repórter do Estadão, Marina Gazzoni, conversou com empresários do setor e visitou oito fábricas em seis cidades para entender quais são os sonhos e as dificuldades desses empreendedores.
por Pedro Rosas / Portaldoaviador.com
Líder no desenvolvimento de projetos, fabricação e vendas de aeronaves desportivas, a INPAER (Indústria Paulista Aeronáutica) completa 13 anos com um novo modelo de gestão, ampliado seus investimentos em tecnologia e produtos. “Estamos com uma nova indústria, com a formação de um conselho e setores especializados”, explica Hélio Gardini, sócio-proprietário da empresa.
Um galpão de 350 m² em São José dos Campos (SP) guarda o primeiro avião elétrico brasileiro. A empresa responsável pelo Sora-e, a ACS Aviation, iniciou o projeto em 2011, com um financiamento no valor de R$ 500 mil junto ao Finep, formando uma parceria com a hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, que possui um departamento para veículos elétricos.
Criada em 1998 pelo ex-funcionário da Embraer, Luiz Junqueira, para prestar serviços de segurança em São José dos Campos, a Novaer virou fabricante de avião quase dez anos depois. A empresa comprou o projeto do avião K-51, feito pelo engenheiro húngaro Joseph Kovacs, o mesmo que projetou o T-25, da Neiva, e o primeiro Tucano, da Embraer.
Em meio a uma crise financeira, a Aeromot encerrou a produção há dois anos. Seus 100 funcionários foram dispensados. Só seis ficaram e cumprem serviços para terceiros, como reparos em aviões e produção de escalas metálicas.

O engenheiro aeronáutico Rodrigo Scoda saiu da faculdade com o sonho de construir aviões e nenhum capital pra investir. A solução foi traçar um caminho de “formiguinha”, criando outros negócios para sustentar a empresa por mais de 10 anos, até atingir o capital para produzir um avião. Em 1997, Scoda vendeu um helicóptero Schweiser a um amigo antes mesmo de assinar o contrato com a fabricante norte-americana. liguei pra eles e disse: posso representar a marca no Brasil? Já fiz uma venda”. A fazenda da família em Ipeúna (SP) foi reformada e o pasto deu lugar a uma pista de pouso de 500 metros e três galpões para abrigar uma linha de montagem em uma área total de 100 mil m².
A Flyer, líder na venda de aviões experimentais no Brasil, não poderá mais produzir seu carro-chefe: os modelos RV, importados na forma de kit e montados no país. uma nova regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proíbe a venda de kits montados a partir de 2020. “É um baque. Ainda não temos ideia do tamanho do desafio que é desenvolver um avião do zero”, diz Luiz Cláudio Gonçalvez, fundador da Flyer.