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“Nas Asas do Brasil” vai virar livro e série na Globo
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“Nas Asas do Brasil” vai virar livro e série na Globo

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Cinco meses de viagem, 93 destinos, 95 horas de voo e mais de mil de filmagens. Em outubro de 2014, o casal Max Fercondini e Amanda Richter embarcou em uma expedição a bordo do monomotor RV-10, pilotado pelo ator. A aventura se transformará na série “Sobre as asas”, de oito episódios, realizada pela produtora de Fercondini e prevista para ir ao ar em março deste ano, dentro da grade matinal aos sábados.

amanda_max3“Tenho este projeto desde que me habilitei como piloto, em 2007. Montei com meu sócio, Alberto Andrich. Sempre quis conhecer as culturas que existem pelo Brasil e as iniciativas socioambientais. Estamos visitando tribos indígenas e comunidades quilombolas, por exemplo. Nosso roteiro inclui Monte Roraima, no extremo Norte, e Chuí, no extremo Sul; Jalapão (Tocantins), Cabeça do Cachorro (Amazonas) e Fernando de Noronha. Além do programa, produziremos um documentário e um livro de fotos”, explica Fercondini.

Amanda, que namora o ator há sete anos, embarcou na ideia quando fazia faculdade de Cinema. Hoje, formada, cuidará das gravações. “Max sempre gostou de filmar e editar. Por isso, trocamos muito. Quando ele está voando, também tento ajudar. Vejo se tem outra aeronave passando, fico de olho no GPS. Não quero que ele se sinta sozinho nessa missão”.

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O ator ressalta que a adesão da namorada acrescentou um olhar diferente ao projeto. “Eu sou racional, cuido da logística. Amanda traz o desprendimento. É muito parceira. Falo dos perigos de voar na Amazônia, mas ela continua comprando a ideia. Estamos sempre rindo, chorando, nos divertindo”.

O casal conta com seis câmeras portáteis e a ajuda de uma equipe em 15% das localidades. Há ainda planos de uma “websérie” no estilo reality, proposta bem diferente da atração na TV, que, aliás, pode crescer para 26 episódios. O casal ainda alimenta frequentemente as redes sociais com novidades da viagem.

“Parecerá divertido para quem assistir na televisão, mas é tudo muito sério. Se o avião para, somos obrigados a pousar no meio da mata. Para o caso de emergência, por exemplo, treinamos até aplicação de morfina. E a Amanda aprende a pilotar, pois terá que assumir se eu passar”, disse Max, que recentemente viajou com ela para Nova Zelândia e África do Sul.

O ator conta que a mãe, que virou piloto aos 58 anos, é uma das maiores incentivadoras. “É difícil organizar tudo. O pior é pensar que, depois que começamos, não tem volta”. Amanda brinca que vai economizar na bagagem para evitar reclamações.“Aprendi a levar o necessário”, diz ela.

O monomotor RV-10

O RV-10 é uma aeronave de quatro lugares, equipada com motor de 260 HP e uma velocidade de Cruzeiro de 330 km/h. Seus números de performance, operação e baixo custo o transformam numa ótima opção no segmento dos aviões experimentais.

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O RV-10 é capaz de decolar com quatro pessoas nos padrões da FAA (agência americana), tanques cheios e 40 Kg de bagagens. Foi desenvolvido para voar com várias versões do motor seis cilindros Lycoming XI0-540 (260 hp). Como “performance”, o RV-10 garante níveis altos de velocidade e estabilidade, podendo cruzar 205mph (330 km/h) com segurança e tranquilidade.

O RV-10 também é capaz de operar em pistas extremamente curtas (mesmo em capacidade máxima de carga), alem de bom desempenho em grandes altitudes, devido a sua área alar, seus grandes flaps e seus robustos trens de pouso.

Envergadura 9.66 m
Comprimento 7.43 m
Altura 2.63 m
Largura da cabine 1.22 m
Altura da cabine 1.24 m
Decolagem 170 m – 557 ft
Decolagem com obstáculo de 50 ft 280 m – 918 ft
Razão de subida 1.800 fpm
Altitude máxima 20.000 ft
Velocidade de estol com flaps 55 kt
Velocidade máxima de cruzeiro (@20.000 ft) 185 ktas
Combustível 59 galões
Consumo (75% potência) 45 litros por hora
Mínimo para pouso 200 m
Peso máximo de decolagem 1.290 kg
Peso vazio 729 kg

 

Pedro Rosas / Anna Luiza Santiago / O Globo