O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) obteve, pela primeira vez no Brasil, a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar voos dos chamados “superjatos”, como o Airbus A-380 e o Boeing 747-800. Mas especialistas comentam que, para se adaptar à permissão e às novas exigências, o aeroporto tem que resolver uma série de problemas.
Em entrevista concedida à emissora Sputnik, o comandante Milian Heymann, especialista em segurança aérea, confirmou que o consórcio Rio Galeão alargou os acostamentos das pistas e aumentou a equipe de brigadistas em 30% para comportar os voos destas aeronaves. O plano de emergência também foi modificado, a gestora comprou novos caminhões de combate a incêndios. O consórcio está no caminho certo para o desenvolvimento. Mas o aeroporto ainda enfrenta alguns problemas.
A aviação civil em um país das dimensões do Brasil tem uma importância muito grande. Mas historicamente, depois da Segunda Guerra Mundial, ela foi encarada como um elemento secundário da Força Aérea brasileira. Havia a necessidade de uma visão estratégica. Falando especificamente do caso do Galeão, o comandante Heymann comenta:
“O aeroporto Galeão tem uma base aérea junto. A base aérea militar ocupa uma boa parte do aeroporto. E as aeronaves A 380 e Boeing 747 são de grandíssimo porte. E para elas poderem operar tem que, primeiramente, fazer com que esse aeroporto tenha capacidade de recebê-las”.
De acordo com o especialista, trata-se não só de alargar a pista, mas sobretudo a infraestrutura do aeroporto. Aeronaves como Airbus A 380 e Boeing 747 têm capacidade para de 500 até 800 passageiros aproximadamente. O senhor Heymann comentou o que pode acontecer se chegarem dois ou três aviões desse tamanho ao mesmo tempo:
“Todo mundo tem que sair da aeronave. Precisa ter até 4 fingers para um avião. Porque para desembarcar tanta gente usando só 2 fingers demora muito. Vamos adiante. Se não se investir no aumento de pessoas para verificar passaportes, no aumento de pessoas para verificar a alfândega, vamos ter um gargalo muito grande. O aeroporto está situado em uma ilha. Imagine esse povo todo depois de sair e passar por todas essas coisas!”
Além disso, “o Galeão não tem metrô, não têm trem, nem ônibus”, o que dificulta o acesso, segundo
o comandante Heymann. É um problema de infraestrutura que precisa ser resolvido.
O documento oficial já assinado, mas há muita coisa para fazer, especialmente tendo em conta a aproximação das Olimpíadas de 2016 no Rio.
Voz da Rússia