Depois de uma temporada de dois anos com baixa nos preços de produtos agrícolas, agora é a alta do dólar que faz os fabricantes de aviões agrícolas dos Estados Unidos diversificarem seus clientes. E com foco nas operações de combate a incêndios e no setor militar. Foi esse o tom da fala do vice-presidente de vendas da Thrush Aircraft, Eric Rojak, na última terça-feira (dia 10), durante um encontro do Rotary Club do condado de Dougherty. A reunião foi na cidade de Albany (sede do condado), no estado da Geórgia, e a notícia foi publicada no jornal Albany Herald.
Segundo Rojak, a agricultura está se recuperando, mas agora é o valor da moeda americana no mercado mundial que “faz com que seja difícil de vender aviões que custam em média US$ 1 milhão cada.” Com uma filial no Brasil (em Anápolis/GO), a Thrush é uma das maiores fabricantes mundiais de aeronaves agrícolas, com mais de 2,2 aviões operando pelo mundo.
Enquanto por aqui a alta do dólar também deve desacelerar os negócios no setor (apesar dos seguidos recordes de produtividade do campo brasileiro), nos EUA a Thrush tem a venda garantida de 24 aviões modelo 710P para a empresa Iomax, na cidade de Mooresville, estado norte-americano da Carolina do Norte. A Iomax transforma os aparelhos agrícolas nos aviões militares Arcanjo, com instrumentos e armas para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, além de ataque ao solo. Vendidos, por exemplo, para a Arábia Saudita.
O vice-presidente da Thrush conta que a empresa também vê boas perspectivas para a configuração de combate a incêndios, tanto nos Estados Unidos como no mercado internacional. Mas a vocação principal da empresa ainda deve continuar sendo mesmo a agricultura. “Vendas de frotas são boas, mas não é nossa operação normal.”