Qual a relação entre uma paralisação do setor rodoviário e uma operação aérea?
O combustível!
Com a paralisação dos motoristas de caminhão no Brasil, as operações aéreas são pouco a pouco prejudicadas de forma integral e abrupta.
Sem combustível mínimo para uma etapa de voo, somando o consumo para a alternativa e a margem de segurança estabelecida pelos regulamentos, uma aeronave não pode decolar. Contando que além da ida temos a volta, é mais combustível para ser abastecido.
Colocando essas informações na ponta do lápis, vemos que não adianta ter combustível no aeroporto de partida hoje e não ter como abastecer a aeronave para voltar, por falta do mesmo nos caminhões de abastecimento do destino, que será a próxima partida.
Se os aeroportos ficarem sem combustível, as aeronaves não decolam, as operações reduzem, a ociosidade do setor aumenta e as consequências podem ser permanentes e nem um pouco boas.
Essa medida impacta tanto a aviação comercial quanto a executiva pois, em ambas operações o consumo de combustível é 100% necessário e em quantidades inimagináveis quando pensamos que um tanque de carro de passeio para 7 ocupantes tem 65 litros e o um King Air C90GTx 1454 litros para transportar 8 pessoas, não abrindo brechas para redução de consumo, redução de abastecimento e comprometimento da segurança operacional do voo.
Os setores de transporte são todos interligados e movimentam nosso país, que depende muito do rodoviário e é fraco no aéreo, ferroviário e marítimo. É necessário um equilíbrio das operações logísticas para que haja estabilidade no transporte brasileiro.
O modal aéreo em específico é subutilizado, quando não é mal utilizado, e tem grande potencial de crescimento, uma vez que as condições econômicas estejam favoráveis, mas isso vale para todos os setores.
Com mais infraestrutura, organização e respeito, poderemos criar uma aviação saudável e com muita segurança para os brasileiros.
Um exemplo de infraestrutura acontece nos aeroportos internacionais do Rio de Janeiro (Galeão) e de São Paulo (Guarulhos), onde os reservatórios de combustível são abastecidos por dutos subterrâneos diretamente ligados às refinarias de petróleo, conforme essa nota emitida pela GRU Airport. Evitando assim, qualquer influência de transito, acidentes ou atrasos no transporte dessa mercadoria.
Nota GRU Airport: https://www.gru.com.br/pt/institucional/imprensa/releases/detalhe?code=101
Explicando: O Boeing 777 levou o combustível nos tanques das asas, não foi transportado como carga. Chegando em BSB, foi "destanqueado" pelos caminhões para abastecer os outros da mesma empresa. https://t.co/AbLpfSfoDq
— Aviões e Músicas (@avioesemusicas) May 27, 2018
Outra alternativa criada para abastecer aeroportos mais distantes das refinarias, como o internacional de Brasília, foi a utilizada pela LaTam, que utilizou sua maior aeronave incorporada na frota, um Boeing 777 com 40 toneladas de combustível nos tanques. Ao chegar em Brasília foi transferido o combustível da aeronave para os caminhões e assim, mais alguns voos puderam partir, além disso a aeronave ainda partiu de lá transportando 385 passageiros.
Segue explicação da operação pelo Lito, do canal Aviões e Músicas:
Fonte Imagem da Capa: Luiz Gimenes. http://aviacaohojenoticias.blogspot.com/2015/04/detalhes-das-operacoes-pre-e-pos-voo.html