
Pedro Rosas PortaldoAviador.com
Nascido em 1873, no sítio Cabangu, em Minas Gerais, próximo à cidade que hoje leva seu nome, Alberto Santos-Dumont revelava, desde criança, traços de seu gênio ousado e criativo. Com 12 anos, pilotava as locomotivas da fazenda e inventava aviõezinhos com hélices acionadas por elásticos. Seu pai, o cafeicultor franco-brasileiro Henrique Dumont (1832-1892), ao perceber o fascínio do filho, acabou direcionando seus estudos para a mecânica, a física, a química e a eletricidade.
O vento soprava forte quando, em 1897, Dumont realizou seu primeiro voo, num balão alugado, voando 100 km em duas horas. Um ano depois, subiu ao céu a bordo de sua primeira criação, o balão Brazil, ainda em formato esférico, porém mais leve que os padrões da época, utilizando seda japonesa em apenas 6 m de diâmetro. Obsecado pela dirigibilidade, pela propulsão e pela construção de um motor capaz de propelir um veículo aéreo, mesmo contra o vento, Dumont traçou uma fórmula estrutural:

Em julho de 1901, a genialidade de Dumont chamou a atenção do milionário Henry Deutsch de la Muerte, entusiasta e mecenas da aviação, que ofereceu um prêmio de cem mil francos a quem partisse do Campo de Saint Cloud e, sem auxílio de terra, contornasse a Torre Eiffel e regressasse ao ponto de partida em 30 minutos.

O Primeiro Hangar

Até junho de 1900, os balões eram lançados dos parques públicos de Paris. A cada voo, era necessário produzir o hidrogênio, estender o invólucro do balão, enchê-lo para voar, esvaziá-lo e dobrá-lo novamente. Incomodado com os procedimentos, Dumont projetou um grande abrigo para guardar os balões já inflados, evitando desperdício de hidrogênio e mão de obra. Nascia o primeiro hangar da história, chamado de Aeroestação de Saint Cloud, inteiro de madeira, com 30 m de comprimento, 11 m de altura e 7 m de largura na base.

