Assim como qualquer segmento dentro do agronegócio nacional, a aviação agrícola vem concentrando seus esforços para oferecer equipamentos que atendam às novas demandas do setor. Novas tecnologias, mais economia, mais eficiência. Eis o tripé do produtor moderno, sempre com foco no segmento de pulverizadores.
Dentro deste mercado, podemos dizer que a Thrush Aircraft do Brasil, líder mundial no fornecimento de aeronaves para pulverização agrícola, plantio e combate a incêndio, é um dos exemplos que vêm garantindo um crescimento robusto ao setor. Jim Cable, presidente da Companhia, afirma que os aviões Thrush são três vezes mais eficientes e econômicas que a média das aeronaves usadas nas lavouras nacionais.
Em entrevista para o jornal CenárioMT Notícias, o executivo foi enfático, esclarecedor.
CenárioMT – Como começou sua relação com a aviação no Brasil?
Cable – Eu morava em Fort Lauder Dale, nos Estatos Unidos. Fui convidado, pelo grupo de acionistas que adquiriu a Embraer, a ser um dos diretores (ano). Meus primeiros trabalhos foram com o desenvolvimento da aviação civil da empresa e seu programa de desenvolvimento do EMB-145, primeiro avião regional da companhia.
Eu saí da Embraer em 2005 e comecei com minha própria empresa de desenvolvimento e um ano depois levei uma proposta à Thrush dos Estados Unidos. No início da conversa as coisas não andaram muito bem, mas enfim conseguimos trazer os equipamentos Thrush para o Brasil em sistema de parceria.
CenárioMT – Hoje a Thrush Aircraft trabalha apenas com o segmento de aviação agrícola?
Cable – Ela começou neste segmento em 1965 e, muito embora tenha alcançado um grande sucesso em todos os países em que instalou, ela nunca teve antes de nós uma grande entrada no mercado brasileiro.
CenárioMT – O que mudou de lá pra cá, então?
Cable – Nós nos instalamos em Anápolis-GO. Lá nós temos nosso escritório e buscamos dar feedbacks à fábrica nos EUA sobre a melhor configuração para aviões de grande porte aqui no Brasil. Isso só é possível quando quem desenvolve o produto tem a sensibilidade de escutar o mercado. Sem isso as coisas ficam muito difíceis.
CenárioMT – Quais são os pontos que mais chamam atenção nas aeronaves da Thrush em relação aos equipamentos concorrentes?
Cable – É uma questão de produtividade e de qualidade da aplicação. O fazendeiro moderno não quer gastar 10h de voo em uma lavoura de larga escala se ele pode fazer o mesmo trabalho, com maior eficiência e economia, em 3h. É como compararmos uma pequena caminhonete com um caminhão. Quem pensa, hoje, em levar sua safra de soja para um armazém ou porto usando uma caminhonete ou uma frota delas no lugar de uma só carreta?!
Outro fator diferencial do Thrush é sua autonomia. Aviões pequenos passam 35% de suas horas voadas indo e vindo para o hangar reabastecer ou recarregar; já as unidades que produzimos usam menos de 10% de seu tempo de voo neste processo, o que reduz inclusive seu custo em manutenção.
Enfim, o Thrush é, atualmente, parte da revolução tecnológica que vem sofrendo toda a superestrutura do agronegócio no Brasil. Para esta evolução não se pode contar mais com equipamentos que faziam um bom trabalho há vinte anos… hoje temos uma outra realidade e demandas muito mais complexas.
Pedro Rosas